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Conheça 3 autores indígenas que quebram estereótipos

De poesia a editorial, autores indígenas publicam nos mais diversos gêneros textuais. Através das produções, buscam não apenas levar arte aos leitores, como também uma escrita de luta e escrevivência, a partir de uma literatura política que retrata as dificuldades de ser um indígena no Brasil.

Aproximar essas obras dos não-indígenas permite a quebra de estereótipos já tão enraizados na cultura brasileira, que acabam instituindo uma visão deturpada e retrógrada dos povos originários. Exemplos disso são falas que infantilizam, marginalizam e inferiorizam os povos indígenas, suas culturas e capacidades intelectuais.

Por causa dessas questões, trazemos três autores indígenas que quebram estereótipos para você adicionar a sua lista de leitura até o final do ano:

Ailton Krenak

Foto: Garapa/Coletivo Multimídia

Reconhecido internacionalmente como uma das maiores lideranças, Ailton é originário do povo Krenak e um líder indígena que, além de poeta e escritor, é ambientalista e filósofo. Em 2020, ganhou o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, oferecido pela União Brasileira de Escritores.

Autor de obras como “Ideias para adiar o fim do mundo”, “O amanhã não está a venda” e “A vida não é útil”, tem uma atuação consolidada na luta pelos direitos dos povos indígenas e causas ambientais, retratando em suas obras a ligação entre o ser humano e a natureza. Em seu recente livro “A vida não é útil”, Ailton Krenak faz reflexões provocadas pela pandemia de Covid-19, como o consumismo desenfreado e a devastação ambiental causada pela “civilização”.

 

Davi Kopenawa Yanomami

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Escritor, xamã e líder político Yanomami, teve a experiência de, ainda criança, ver parte de seu povo ser dizimado por duas epidemias – gripe e sarampo – levadas ao seu povo por garimpeiros ilegais. Foi um dos responsáveis pela demarcação do território Yanomami e foi reconhecido internacionalmente pela ONU como ambientalista. 

Sua principal obra é “A queda do céu”, uma autobiografia, manifesto xamânico e denúncia contra a destruição da Floresta Amazônica. O livro foi escrito a partir das palavras de Davi Kopenawa Yanomami contadas ao etnólogo e seu amigo de longa data Bruce Albert. Nas quase 800 páginas, a edição brasileira também apresenta glossários, mapas e notas explicativas. 

 

Julie Truduá Dorrico

Foto: Reprodução/TEDx

Originária do povo Macuxi, Julie é pesquisadora e curadora de literatura indígena, além de doutora em teoria da literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Atuante na luta pelo reconhecimento e pelo respeito aos indígenas, especialmente os jovens, é muito conhecida nas redes sociais, entrevistando e apresentando outros autores e artistas indígenas para a sociedade. 

Seu livro “Eu sou Macuxi e outras histórias”, concedeu-a o primeiro lugar na Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil/Tamoios de novos escritores indígenas. Na obra, a autora conta 10 histórias que permitem que o leitor possa entender melhor as vivências do povo Macuxi, desde comidas típicas até a seres encantados que fazem parte da cultura vivenciada por Julie e seus ancestrais.

 

Apoie os povos indígenas

Ailton Krenak, Davi Kopenawa Yanomami e Julie Dorrico são três dentre dezenas de autores indígenas que quebram estereótipos e lutam por um maior espaço para os povos originários no meio literário. Muitos desses autores têm como principal foco de suas publicações a luta diária pela vida e por direitos básicos que são privados dos povos indígenas. 

Há 15 anos, o Fundo Brasil apoia dezenas de projetos de organizações sociais que defendem  os direitos dos povos indígenas em todas as regiões do país. São organizações que lutam contra as invasões de terras indígenas, pelo reconhecimento de seus territórios, combatem queimadas ilegais e garantem os direitos básicos e fundamentais para a sobrevivência destes povos, como saúde e educação.

Essa luta continua com a sua ajuda! Afinal, o trabalho dessas organizações só é possível por causa da solidariedade, apoio e doações de pessoas como você.

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