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Maria José de Almeida Lima, 74 anos, a Mazé, é fundadora do Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba (Momunes), apoiado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos
“A gente só vai mudar esse mundo
se mudarmos as famílias. E tudo isso
começa empoderando a mulher.”
“Para trabalhar com direitos humanos, a pessoa precisa ter um propósito. Eu tenho, o meu perfil é esse”. É assim que Maria José de Almeida Lima, 74 anos, explica como encontra tempo e energia para desenvolver tantas atividades. Há mais de 20 anos, Mazé fundou o Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba (Momunes). E, desde então, lidera uma série de atividades para empoderar mulheres da região e fortalecer suas famílias.
O propósito do qual fala é resultado de sua própria história de vida. “Nasci em Sorocaba (SP), mas vivi parte da minha infância com meus pais e irmãos nas periferias de São Paulo e de Osasco, em bairros muito pobres. Eu sei o que é ser desprovida de dinheiro, de conhecimento. É por isso que eu tenho esse perfil para o social”.
Sua vida se transformou ainda na infância, logo após a formatura na quarta série. Foi quando surgiu a oportunidade de voltar para Sorocaba, para morar com seus tios e frequentar uma das melhores escolas da cidade. Rapidamente, Mazé se adaptou à nova rotina. “Eu me esforçava muito na escola, ia bem em todas as matérias. E era uma das melhores na queimada”, lembra.
Cursou o magistério, foi aprovada no primeiro concurso público para professores do estado de São Paulo e seguiu a rotina de professora. “Foi tudo muito rápido. Em dezembro eu me formei, em janeiro prestei a prova e em fevereiro eu já estava trabalhando”, conta.
Fotos: Divulgação / Acervo Pessoal
Luta pelos direitos humanos
Quando chegou a aposentadoria, aos 45 anos, Mazé percebeu que era a hora de desenvolver um trabalho social mais focado e começou a participar das atividades do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, onde atuou por oito anos. “Eu acredito que, para mudar a estrutura familiar, tem que capacitar a mulher. A gente só vai mudar esse mundo se mudarmos as famílias. E tudo isso começa empoderando a mulher.”
No Conselho, percebeu que as mulheres negras não frequentavam as atividades, pois a vida lhes impunha outras prioridades, como trabalhar, cuidar da casa e de seus filhos. Foi então que Mazé teve a ideia de criar o Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba. “Eu precisava de um projeto com esse recorte, para levar a elas as informações sobre seus direitos. A mulher negra é chefe de família. Ela agrega a prole, une a família. Ela é essencial para mudar a vida de todos à sua volta”.
Inicialmente, Mazé montou um coral de mulheres negras. Vestidas com roupas africanas, elas cantavam nas escolas na cidade. “Queríamos que as crianças se identificassem com sua cultura, que tivessem orgulho de serem negras. Queríamos levantar a autoestima de todas elas”.
A partir do projeto, a educadora conseguiu se aproximar daquelas mulheres. A partir desse acolhimento, passou a conversar com o grupo sobre direitos humanos, direitos da mulher e violência doméstica. De lá para cá, o Momunes empoderou e beneficiou milhares de pessoas da região metropolitana de Sorocaba, oferecendo palestras, oficinas e cursos para geração de renda das participantes, além das atividades desenvolvidas para os filhos dessas mulheres.
Hoje, além desses projetos, Mazé nutre uma paixão especial por outro projeto do movimento: uma casa de acolhimento para mulheres em situação de vulnerabilidade social. “Conseguimos atender a 12 mulheres, com filhos ou não. É um número pequeno, mas estamos construindo uma casa nova, que terá espaço para mais meninas”, conta.
Fundo Brasil
Apesar de tudo o que o Momunes já desenvolvia em Sorocaba (SP), Mazé sabia da importância de empoderar mais mulheres, ajudando-as a se tornarem protagonistas de suas vidas. Foi então que, por meio de Maria Teresa Ferreira, sua companheira no movimento, soube do Fundo Brasil de Direitos Humanos.
“O apoio do Fundo foi tudo o que a gente precisava. Com ele, conseguimos chegar a mulheres mais carentes, e conscientizá-las sobre seus direitos, sobre o combate à violência doméstica e ao racismo. Ainda fizemos palestras, cartazes, cartilhas. Tivemos condições de atrair mais pessoas, trazer palestrantes. Isso foi muito importante para fortalecermos essas mulheres e suas famílias.”
Em frente
“Sou uma mulher forte, lutadora e, principalmente, que acredita no ser humano. Eu já levei muitas pancadas, mas continuo acreditando. Quero ajudar todo mundo”.
Para seguir na luta, segundo ela, é preciso ter teimosia. “Eu não desanimo. E espero que as outras mulheres também não desanimem. Precisamos seguir em frente”. Para Mazé, esta é a única maneira de garantir direitos, fortalecer famílias e transformar vidas.
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Texto: Larissa Ocampos