Objetivos e público alvo
O objetivo da iniciativa é dar continuidade à formação e mobilização da população impactada e promover o debate sobre os “legados” e consolidar a articulação visando a continuidade da mobilização popular pelo direito à cidade e os impactos da realização do megaevento na dívida pública.
Atividades Principais
- Realização de seis debates-bola: atividades de formação e comunicação propostas em conjunto com a comunidade, considerando o tema pertinente para cada local e suas relações com a Copa 2014, propondo ao público beneficiado a troca de experiências.
- II Copa Rebelde dos Movimentos Sociais – evento esportivo político-cultural que reúne movimentos sociais e atingidos pela Copa em São Paulo.
- Produção de conteúdo – vinhetas de rádio, jornal Copa Pra Quem?, panfletos, adesivos, lambes, estêncil, grafite, blog e redes sociais;
- Produção de um documentário de curta-metragem sobre os impactos e a resistência à Copa do Mundo em São Paulo;
- Participação no 1º Encontro dos Atingidos pelos Megaeventos e Megaprojetos no Brasil.
Contexto
Em São Paulo, a realização da Copa do Mundo acelerou um processo de remoções forçadas em diversas regiões da cidade, afetando sobretudo a região leste (Itaquera), cuja valorização da terra chegou a atingir 100%. Além da remoção direta de moradores, isso tem causado também a gentrificação do bairro, ou seja, aqueles que já não podem arcar com o custo de vida são expulsos para bairros mais distantes e com menos infraestrutura urbana. Com relação ao trabalho, já houve sete mortes de trabalhadores na construção dos estádios da Copa e mais de 140 mil trabalhadores ambulantes em SP tem sido perseguidos e impedidos de garantir sua renda. Também foram denunciadas situações de trabalho escravo nas obras de ampliação do aeroporto de Guarulhos. Quanto às mulheres, crianças e adolescentes, temos acompanhado denúncias de exploração sexual e prostituição infantil na região do estádio em obras e é sabido que o turismo sexual aumenta com a realização de megaeventos. No centro da cidade, a população em situação de rua cresceu vertiginosamente e tem sofrido violência estatal sistemática, sendo a polícia militar a única mediação estatal.
Nas recentes manifestações que tomaram as ruas do país, essa mesma violência estatal se repete contra os movimentos sociais e juventude que buscam exercer direitos civis e políticos. O Estado tem construído um novo arcabouço legal, visando instalar tribunais de exceção para julgar crimes durante a Copa sem garantir o devido processo legal e a ampla defesa e tipificar o crime de terrorismo, uma nova ameaça de criminalização dos movimentos sociais.
Sobre a Organização
O Comitê Popular da Copa de SP tem como missão articular em rede um conjunto de organizações, movimentos sociais, profissionais do direito, estudantes, pesquisadores, coletivos de cultura e cidadãos em geral para denunciar os impactos e violações de direitos humanos e fortalecer a resistência à Copa da FIFA 2014 em São Paulo, reforçando os espaços já existentes e fomentando novos espaços de formação para esta resistência.
Parcerias
O Comitê Popular da Copa SP se articula nacionalmente na ANCOP – Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa; e em organizações como o Movimento Passe Livre, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Fórum Popular de Saúde, Comunidades Unidas de Itaquera, Conectas Direitos Humanos, Fórum de Trabalhadores/as Ambulantes.
Resultados
A elaboração, produção e difusão de material contou com a participação da Rede Rua, que filmou as ações do Comitê, como atos públicos e debates-bolas. Os vídeos foram disponibilizados nos canais de comunicação da Rede Rua e do Comitê. Foram produzidos também faixas, panfletos, cartazes, além da publicação de edições do Jornal Popular da Copa. Os debates-bolas realizados nas comunidades reuniram moradores, estudantes, participantes de movimentos sociais e representantes da sociedade civil. Também foram realizados debates em universidades e apresentação de pesquisa sobre os impactos da Copa em São Paulo e Salvador.
