Coletivo Sapato Preto – lésbicas Negras Amazônidas

Mapear os desafios, resistências e enfrentamentos das vivências das mulheres negras LBT’s da Amazônia paraense frente a conjuntura política/social e pandêmica da Covid-19 para elaborar a Cartografia Social de Vivências de Mulheres Negras LBT’s da Amazônia Paraense. Além disso, realizar oficinas, cursos, e encontro regional com o objetivo de colaborar para emancipação financeira, autocuidado e conhecimento dos direitos para o enfrentamento das violações de direitos.

A população LGTBQIA+ Negra vem enfrentando a luta por sua subsistência, tanto nos espaços urbanos e majoritariamente periféricos, quanto nas localizadas nas zonas do campo e rural, território em que se localiza o Sapato Preto. A pandemia de Covid-19 trouxe o convívio direto da nossa comunidade com a violência psicológica, o que vem acarretando uma população extremamente adoecida física e socialmente. Logo, para além da desestruturação psicológica e familiar, há o impacto da fome.

Diante de tal cenário, as ações urgentes de enfrentamento à insegurança alimentar e acesso à informação tornaram-se a principal perspectiva das nossas ações pensando no fortalecimento e estruturação mínima da comunidade atendida. Por isso, é preciso fortalecer internamente o Coletivo Sapato Preto para a impulsionar as lutas diárias, diante do contexto pandêmico, que agravou as situações de violações para a população negra LGBTQIA+.

O grupo foi criado em maio de 2018 por iniciativa de mulheres lésbicas amazônidas, para levantar pautas e discutir soluções que atravessem suas realidades, com temas sobre racialidade, sexualidade e a territorialidade, entre outros. O objetivo é buscar soluções no âmbito do território, bem como ressaltar que a luta e a resistência se fazem pelo reconhecimento da existência de uma negritude amazônida e pelo fomento de suas identidades.

A organização também dialoga com outros grupos e organizações da Amazônia brasileira e com entidades internacionais. Por meio de atuação entre pares, o coletivo pretende alcançar tanto mulheres dos espaços urbanos quanto as das ilhas que compõem a região, e também dos territórios quilombolas da zona rural.