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3 escritoras para entender os direitos das mulheres

Ao longo da história, muitas escritoras têm contribuído significativamente para ampliar as discussões e conscientizar a sociedade sobre a importância da equidade de gênero. Conceição Evaristo, Simone de Beauvoir e bell hooks são autoras fundamentais para entender os desafios e as conquistas das mulheres na atualidade. Por meio de suas obras, elas compartilham suas visões de mundo, experiências pessoais e reflexões sobre a luta por igualdade de direitos, representatividade feminina e a luta antirracista. 

Venha conhecer mais sobre essas importantes escritoras e suas contribuições para a luta pelos direitos das mulheres.

Conceição Evaristo


A escritora Conceição Evaristo durante debate no Festival Latinidades 2013.
Foto: Fora do Eixo.

Conceição Evaristo é uma escritora negra brasileira que tem se destacado pela sua contribuição para a literatura contemporânea brasileira. Nascida em Belo Horizonte, em 1946, Evaristo começou sua carreira como escritora aos 50 anos, mas desde então tem publicado diversos livros de contos, romances e poesias que tratam de temas como a violência, a discriminação racial, a opressão de gênero e a desigualdade social. 

Suas obras são marcadas pela linguagem poética, a sensibilidade com que aborda as relações humanas e o retrato das lutas e dores de uma população historicamente marginalizada no Brasil. Entre os seus principais livros estão:

“Ponciá Vicêncio” (2003): Este é o primeiro romance da escritora e conta a história de uma mulher negra que vive em uma pequena cidade mineira e que busca se reencontrar com suas raízes africanas. O livro foi muito elogiado pela crítica e é considerado uma obra importante para a literatura negra brasileira.

“Becos da memória” (2006): Este é um livro de contos que retrata a vida de personagens marginalizados, como prostitutas, catadores de lixo, trabalhadores rurais e mulheres que lutam contra a violência doméstica. O livro foi finalista do Prêmio Jabuti em 2007.

“Insubmissas lágrimas de mulheres” (2011): Este é um livro de contos que aborda a violência contra as mulheres. Cada conto retrata a história de uma mulher que sofreu algum tipo de violência, seja física, psicológica ou sexual. O livro foi premiado com o Prêmio Casa de las Américas, um dos mais importantes da literatura latino-americana.

“Histórias de leves enganos e parecenças” (2016): Este é um livro de contos que retrata a vida de personagens que enfrentam desafios e preconceitos em diferentes momentos da história do Brasil. O livro foi premiado com o Jabuti em 2017.

Os livros de Conceição Evaristo são importantes não apenas pela qualidade literária, mas também por retratar a realidade das mulheres, populações negras e marginalizadas do Brasil. Eles ajudam a dar visibilidade para histórias que muitas vezes são esquecidas ou silenciadas, e contribuem para a construção de uma literatura mais diversa e inclusiva no país.

Simone de Beauvoir


Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre em Pequim, China, em 1955.
Foto: Liu Dong’ao/Xinhua News Agency

Simone de Beauvoir é uma das principais pensadoras do feminismo moderno, tendo explorado e questionado a opressão das mulheres na sociedade. Ela defendeu que a desigualdade de gênero é uma construção social, e que as mulheres são oprimidas em todas as culturas. Beauvoir acreditava que a igualdade de gênero só pode ser alcançada quando as mulheres têm autonomia e controle sobre seus próprios corpos e vidas.

Em seu livro “O Segundo Sexo”, Beauvoir analisou a condição feminina em diferentes sociedades e épocas, mostrando como a mulher sempre foi vista como inferior ao homem, o que se manifesta na discriminação e na violência contra as mulheres. Ela também defendeu o direito das mulheres à sexualidade ativa e livre de estigmas.

Além de suas obras literárias e filosóficas, Beauvoir também atuou ativamente no movimento feminista francês e internacional, defendendo a igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres e lutando por mudanças concretas na legislação e política para proteger os direitos das mulheres.

Beauvoir encorajou outras mulheres a se engajarem na luta feminista, enfatizando a importância da solidariedade e da união entre as mulheres para alcançar a igualdade de gênero. Sua frase mais famosa, “não se nasce mulher, torna-se”, mostra sua crença de que a identidade feminina é moldada pelo ambiente social e pela forma como as mulheres são tratadas e educadas pela sociedade.

Em resumo, Simone de Beauvoir foi uma figura inspiradora para todas as pessoas que lutam por justiça e igualdade para as mulheres. Suas obras e sua atuação no movimento feminista foram cruciais para a luta contra a desigualdade de gênero e para a promoção dos direitos e autonomia das mulheres.

bell hooks


Escritora e intelectual bell hooks. Foto: Holler Home/The Orchard/Kobal

bell hooks é uma renomada autora e crítica cultural americana, cuja obra se concentra em temas como feminismo, raça e gênero. hooks é autora de diversos livros que se tornaram referência no campo do pensamento crítico, sendo considerada uma das principais teóricas feministas contemporâneas.

Um dos livros mais conhecidos de bell hooks é “Teoria feminista: Da margem ao centro” (1984), que é considerado uma obra fundamental no campo dos estudos feministas. Neste livro, hooks argumenta que o feminismo precisa ser mais inclusivo e abrangente, levando em consideração as experiências de mulheres de diferentes raças, classes sociais e orientações sexuais. Além disso, ela defende a ideia de que o feminismo deve ser visto como um movimento político que busca a transformação social.

Outra obra importante de bell hooks é “E eu não sou uma mulher?: Mulheres negras e feminismo” (1981). Neste livro, ela analisa a interseção entre raça e gênero, e como as mulheres negras têm sido historicamente excluídas do movimento feminista branco. hooks argumenta que o feminismo não pode ignorar a luta das mulheres negras por igualdade e justiça, e que o racismo e o sexismo são interdependentes e devem ser combatidos juntos.

Outro livro bastante conhecido de bell hooks é “Ensinando a transgredir: A educação como prática da liberdade” (1994). Nesta obra, ela discute a importância da educação como um meio de libertação e transformação social. hooks argumenta que a educação deve ir além da mera transmissão de conhecimento, e deve ser uma prática de liberdade, que promova a crítica, a reflexão e a ação transformadora.

Além dessas obras, bell hooks escreveu vários outros livros que abordam questões relacionadas a gênero, raça, classe social e sexualidade. Sua escrita é conhecida por ser acessível e envolvente, e por apresentar análises profundas e perspicazes sobre temas complexos. Seus livros são leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada em entender as questões sociais e políticas que afetam as mulheres e outras minorias.

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