
Mulheres negras do Grupo Malungas, durante monitoramento realizado pelo Fundo Brasil. Foto: Airan Albino/Acervo Fundo Brasil
ESG é a sigla para Environmental, Social and Governance — em português, Ambiental, Social e Governança. O termo é usado para indicar critérios que avaliam como uma empresa atua em relação ao meio ambiente, às questões sociais e à sua própria estrutura de governança. Mais do que o desempenho financeiro, esse conjunto de práticas busca entender se a atividade empresarial está alinhada a impactos positivos na sociedade e no planeta.
Nos últimos anos, o interesse por ESG aumentou entre empresas que precisam responder às expectativas de consumidores, investidores e de suas próprias equipes profissionais. Ou seja, ao conjunto da sociedade, cada vez mais atenta à coerência entre práticas e posicionamentos públicos em um planeta sacudido por crises sociais, pela crise climática e por ameaças concretas às democracias. Pesquisas mostram que empresas com políticas estruturadas nessas três frentes tendem a enfrentar melhor crises, atrair investimentos e manter relevância no mercado.
Empresas que adotam práticas ESG colhem benefícios como reputação mais sólida, acesso facilitado a capital, engajamento de talentos e até redução de riscos legais. Isso exige mudanças reais: rever processos produtivos para reduzir impactos ambientais, combater desigualdades estruturais nas contratações, garantir a escuta ativa de comunidades atingidas e tornar os conselhos mais diversos e transparentes são alguns passos básicos. Não é simples, mas é necessário e uma tendência que veio para ficar.
Na região Centro-Oeste, o Grupo Malunga é uma organização que atua pelo fortalecimento do protagonismo e pela ampliação dos direitos das mulheres negras com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos. O grupo acaba de promover um curso sobre democracia que culminou no lançamento da Rede de Mulheres Negras da região, com objetivo de ampliar o impacto desse debate e de suas ações. Iniciativas como essa fortalecem o protagonismo de populações historicamente excluídas. E mostram como a responsabilidade social pode impulsionar soluções para os problemas coletivos com potencial de ganharem escala e beneficiarem uma ampla parcela da população.
Saiba mais sobre a conexão entre ESG e direitos humanos
Implementar ESG requer investimento, tempo e disposição. Mas o retorno é real, e não se mede apenas em reputação ou lucro. Ao incluir doações a projetos de direitos humanos como parte do seu compromisso social, entre outras iniciativas, empresas reconhecem que a sustentabilidade passa pela reparação de desigualdades e pelo fortalecimento de quem enfrenta violações todos os dias. Para o Fundo Brasil, apoiar essas iniciativas é reconhecer que não há justiça social ou justiça climática sem a ação direta de quem defende direitos.
ESG não é apenas uma estratégia empresarial, é uma afirmação de compromisso coletivo que fortalece mudanças necessárias para um futuro sustentável e justo.