Os Fundos Raízes – de Justiça Climática para Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais e Labora – de Apoio ao Trabalho Digno, ambos do Fundo Brasil de Direitos Humanos, anunciam uma nova leva de apoios, graças a uma parceria com a Waverley Street Foundation.
São 24 novas organizações selecionadas, que se somam às 40 já apoiadas e anunciadas pelo edital “Fortalecendo Soluções de Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Trabalhadores(as) rumo à Justiça Climática e à Transição Justa”. Com isso, o edital passa a contemplar 64 iniciativas espalhadas por 21 estados das cinco regiões do país.
Com este novo aporte, o Fundo Brasil O Fundo Brasil de Direitos Humanos vai disponibilizar R$3,8 milhões para projetos voltados à justiça climática e à construção de uma transição energética justa e inclusiva.
Importância da parceria com a Waverley Street Foundation
As ações incluem desde o fortalecimento de territórios e práticas agroecológicas até a formação de jovens e mulheres na defesa de políticas climáticas e ambientais. Em comum, todas compartilham o propósito de enfrentar os impactos da crise climática com soluções criadas a partir dos próprios territórios.
A Waverley destinou R$1,35 milhão em novos recursos para fortalecer ações em temas como direito à terra e território, sociobioeconomia, agricultura regenerativa, visibilidade de soluções locais e formação em agendas climáticas e de trabalho digno.
“O apoio da Waverley fortalece a conexão entre trabalho digno e justiça climática, dois pilares inseparáveis de uma transição justa”, afirma Allyne Andrade, diretora executiva adjunta do Fundo Brasil. “As mudanças necessárias para a garantia de direitos só serão sustentáveis se levarem condições de vida e trabalho dignas para quem está na linha de frente da produção, do cuidado com a terra e da preservação dos territórios.”
Para Ana Valéria Araújo, diretora executiva do Fundo Brasil, a parceria com a Waverley Street Foundation é um reconhecimento do papel essencial dos povos e comunidades tradicionais na preservação dos biomas brasileiros.
“Povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais estão entre os principais guardiões dos biomas brasileiros, e suas práticas, desde a agroecologia à gestão comunitária dos recursos naturais, nos apontam caminhos concretos para uma transição justa e sustentável. Com esse apoio, ampliamos a capacidade de investir em ações lideradas por essas comunidades, reconhecendo seus saberes, suas estratégias de resistência e suas soluções para o futuro do planeta.” diz.
Alianças pelo bem-viver e pela justiça climática
As duas iniciativas se unem para alavancar os esforços de povos indígenas, comunidades tradicionais e trabalhadores (as) de todo Brasil na busca por justiça climática e uma transição justa que inclua de forma significativa suas vozes e soluções rumo ao bem-viver e por uma economia de baixo carbono justa e inclusiva.
O apoio conjunto de Raízes e Labora coloca em diálogo grupos que se encontram em suas demandas, caminhos e aprendizados na promoção de um futuro que garanta condições dignas de vida e de trabalho em um planeta habitável. A parceria amplia os efeitos positivos das iniciativas apoiadas, para que ganhem escala e impactem o debate global.
Ela também reforça a importância da filantropia de justiça social como ferramenta de defesa da democracia, reconhecendo que a construção de um futuro sustentável depende do protagonismo de povos indígenas, comunidades tradicionais e trabalhadores/as que historicamente preservam os biomas brasileiros e enfrentam os desafios da crise climática a partir de sua própria realidade.
Veja abaixo as novas organizações contempladas:
Apoios via Labora — EIXO 1
| GRUPO/COLETIVO/ORGANIZAÇÃO | UF | REGIÃO |
| Associação das Trabalhadoras(es) Rurais do Estado do Pará Anna Primvesi | PA | Norte |
| Movimento de Pequenos Agricultores do Acre | AC | Norte |
| Instituto Vozes da Terra – Centro de Defesa dos Povos e Comunidades Tradicionais do Ceará | CE | Nordeste |
| Associação das Mulheres Pintadenses (AMP) | BA | Nordeste |
| ARATU | PE | Nordeste |
| Centro Semear | PB | Nordeste |
| Conselho Pastoral dos Pescadores NE 02 | PE | Nordeste |
| Aliança Kirimure | BA | Nordeste |
| Associação Aulukumã do Alto Xingu | MT | Centro-Oeste |
Apoios via Labora — EIXO 2
| GRUPO/COLETIVO/ORGANIZAÇÃO | UF | REGIÃO |
| IRTUR – Instituto Rondoniense de Turismo | RO | Norte |
| Associação Hotxwa – Companhia Ihken | TO | Norte |
| Rede de Produção Orgânica da Amazônia Mato-Grossense – REPOAMA | MT | Centro-Oeste |
Apoios via Raízes
| GRUPO/COLETIVO/ORGANIZAÇÃO | UF | REGIÃO |
| Associação Indígena Ixy – Bioma de Abrigo, Assistência, Cultura e Ensino | TO | Norte |
| Associação Indígena Aitex | PA | Norte |
| Associação de Moradores e Produtores Agroextrativistas da Comunidade de Jauarituba | PA | Norte |
| Cooperativa Mista dos Produtores e Extrativista do Rio Iratapuru – COMARU | PA | Norte |
| Rede de Mulheres Indígenas do estado do Amazonas – MAKIRA ËTA | AM | Norte |
| Organização de Lideranças Indígenas Mura do Careiro da Várzea – OLIMCV | AM | Norte |
| Associação Comunitária Quilombola de Pitombeira – PB | PB | Nordeste |
| Associação de Clube de Mães Quilombolas Maria Nossa Mãe | MA | Nordeste |
| Associação comunitária Quilombola dos agricultores Familiar de Patos III | BA | Nordeste |
| Associação Quilombola de Pescadores e Moradores do Angola (AMAN) | BA | Nordeste |
| Associação Cidadania Rural | BA | Nordeste |
| Consórcio Agropecuário Indígena Tuxá – Rodelas (CARITU) | BA | Nordeste |
O edital, lançado em 2025, recebeu 723 inscrições de projetos de todos os Estados do Brasil, além do Distrito Federal. As propostas selecionadas são de organizações e coletivos de povos indígenas, comunidades tradicionais, quilombolas e trabalhadoras e trabalhadores que atuam por justiça climática e uma transição que inclua de forma significativa suas vozes e soluções rumo ao bem viver e por uma economia de baixo carbono justa e inclusiva.
Sobre a Waverley Street Foundation
A Waverley Street Foundation é uma fundação filantrópica que apoia iniciativas comunitárias de ação climática, investindo em soluções locais com potencial de impacto global. Com foco em energia renovável e agricultura regenerativa, pretende aplicar todo o seu patrimônio até 2035, em projetos que unem justiça climática, inclusão e desenvolvimento sustentável. O montante é estimado em mais de US$3 bilhões.




























