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    Projeto do povo Xavante vem transformando o cerrado mato-grossense em floresta de alimentos

    Com apoio do Fundo Brasil, indígenas da aldeia Tsa’Amri Wawé criaram agrofloresta que une tradição e juventude, sustentabilidade e autonomia alimentar
    Mariana Rodrigues
    22/08/2025
    7 min
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    Foto: Lyarra Soares/Acervo AMAR

     A Aldeia Tsa’Amri Wawé, também chamada Três Reis Magos, está localizada no território indígena Parabubure, a cerca de 30 km de Campinápolis. Ali vivem 40 pessoas do povo Xavante, que mantêm viva a cultura e a floresta. Da medicina tradicional, das rezas, das sementes e do protagonismo jovem, nasce a força para restaurar a diversidade de vidas na região.

    “A aldeia é o nosso centro de cura e de reconexão, orientado espiritualmente pelos ancestrais”, explica Betânia Frota. Aqui, a gente busca regenerar não apenas a saúde física e espiritual dos indivíduos, mas também restaurar o tecido cultural do nosso povo e o território em que vivemos”. 

    Com apoio do Raízes – Fundo de Justiça Climática para Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, a comunidade implementou um sistema agroflorestal para cultivar mais do que alimentos. O projeto planta justiça climática, soberania alimentar e esperança em meio a uma terra marcada pela devastação, provocada pela monocultura e pela pecuária.

    Enquanto o Mato Grosso segue no topo do ranking dos estados que mais desmatam no país, o povo Xavante resiste e atua na direção oposta: a da preservação e da restauração. Segundo dados do Imazon, só em março de 2025, o estado foi responsável por cerca de 65 km² de floresta derrubada, o que representa 39% de todo o desmatamento registrado na Amazônia naquele mês.

    É nesse mesmo território, prejudicado pela devastação, que o povo Xavante se mantém firme, cultivando práticas ancestrais de cuidado com a terra, numa luta diária pela sobrevivência não só de seu povo, mas também da floresta.

    A agrofloresta de aproximadamente 4 mil metros quadrados é organizada pela Associação no Meio Ambiente Revolucionária — AMAR, criada pelos próprios indígenas Xavante. O projeto combina técnicas modernas com saberes tradicionais, e nasce como resposta concreta à crise ambiental e cultural que ameaça o bioma do Cerrado e a própria sobrevivência do povo Xavante.

    “A floresta que estamos plantando é nossa farmácia, nosso alimento e, também, nossa reza. Cada muda que colocamos no chão é uma oração viva”, afirma Watsi Betânia, assessora de projetos da AMAR.

    Através da AMAR, os indígenas do local realizam projetos agroflorestais, educacionais e culturais, integrando a espiritualidade, a sustentabilidade e a educação indígena integrada.

    Da terra sagrada nasce a cura

    Cada muda colocada no chão é mais do que agricultura. Para o povo Xavante, o projeo representa resistência, é saber. O sistema agroflorestal de Tsa’Amri Wawé conta com nove linhas de frutíferas de 50 metros, onde foram plantadas espécies nativas como baru, mangaba, cagaita, buriti, araticum, jenipapo, gabiroba, sucuuba, bacaba, tucum e jatobá-do-cerrado. Intercaladas estão 90 bananeiras e 153 unidades de inhame, taioba ou abacaxi.

    Há ainda 17 canteiros com arroz vermelho, feijão, abóbora, melancia, alface e couve. Ainda tem milho vermelho Xavante, banana, mandioca, feijão, cará, açaí, seriguela. Cada uma dessas plantas contribui para a nutrição da terra e das pessoas.

    Foto: Lyarra Soares/Acervo AMAR

    Além de alimentos, o território cultiva medicinas tradicionais, como o urucum sagrado (Bö), central em rituais e na pintura corporal. “Cada planta tem valor espiritual. Plantamos para comer, mas também para rezar e curar. Nossa floresta é nosso hospital, nosso templo e nossa escola”, diz Betânia.

    O cultivo respeita os ciclos da natureza, garante diversidade e traz de volta a segurança alimentar. Cada uma dessas plantas contribui para a nutrição da terra e das pessoas. “Sem alimento suficiente, a comunidade se vê cada vez mais dependente de cestas básicas, alimentos ultraprocessados, que enfraquecem ainda mais os corpos e o espírito do nosso povo. Diante desse cenário, o retorno à alimentação tradicional surge como uma cura, uma reconexão.”

    As chamadas linhas de serviço utilizam plantas como urucum, feijão-guandu, gliricídia, crotalária e braquiária para melhorar o solo, controlar pragas, fixar nitrogênio e manter a umidade. Ao podá-las, a terra recebe nutrientes. É um sistema vivo, autorregulado, que imita a floresta e promove fertilidade sem venenos.

    A espiritualidade é o eixo de tudo. Na oca circular, os rituais com Wedepanhõ’õ (Ayahuasca) ajudam a juventude a se afastar do alcoolismo, resgatam sonhos e fortalecem a conexão com os ancestrais. “Aqui, a juventude canta, planta e estuda com orgulho. A cura é coletiva. A floresta cura. O canto cura. A água cura. E plantar também é rezar”, diz a assessora da AMAR. 

    A aldeia sofre com a falta de água potável. Existe apenas um poço semiartesiano, que não atende as necessidades das casas e roças. A água contaminada por agrotóxicos já causou tragédias, como a morte de um bebê recém-nascido. 

    Por isso, ainda dentro do projeto, o plano agora é perfurar um poço artesiano e construir um sistema de irrigação para a agrofloresta. Além disso, a organização pretende instalar banheiros ecológicos em todas as nove casas e um banheiro comunitário. “Sem água, não há vida. Nossa luta é pela dignidade e pela cura”, diz Betânia.

    Para a garantia de novos plantios, as sementes são guardadas com cuidado pelas mulheres. Elas são das sementes e da continuidade. São trocadas entre aldeias para fortalecer outras comunidades. “Cada semente tem um nome e uma história. Elas são nossa herança. É com elas que vamos alimentar nossos filhos e proteger a floresta”, diz Betânia.

    Juventude como semente para o futuro

    Foto: Lyarra Soares/Acervo AMAR

    Mais de 20 jovens participaram da construção coletiva da agrofloresta. Entre eles, Perfeito Tsererureme e Marta Ro’ó Praba se destacaram na articulação das tarefas. “A juventude é o pilar do nosso futuro. Temos poucos anciãos. Por isso, precisamos que nossos jovens aprendam, plantem e conduzam”, diz Betânia.

    A aldeia já começou a escrever seu Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA). O documento é construído em assembleias, rodas de escuta e cerimônias. “Não queremos que alguém de fora diga como cuidar do nosso território. Queremos fazer do nosso jeito, com nossa língua e nossas prioridades”, afirma Betânia.

    O plano ainda prevê escola indígena, extrativismo sustentável, valorização do artesanato, etnoturismo responsável e formação de lideranças jovens. A ideia é que os Xavante ocupem espaços de decisão e tenham autonomia para captar recursos e proteger seu território.

    A organização recebeu recursos do edital Povos Indígenas Lutando por Justiça Climática – 2024 O apoio do Fundo Brasil representou um marco. Foi o primeiro projeto aprovado por edital na história da aldeia. “Eles nos escutaram com o coração. Não vieram impor, vieram caminhar junto. Para nós, são irmãos enviados pelos ancestrais”, diz Betânia, emocionada.

    A equipe da AMAR viu na parceria uma possibilidade concreta de sonhar e realizar. “Plantamos juntos uma agrofloresta, mas também plantamos um modo de existir com dignidade. Queremos que outras aldeias também plantem seus sonhos”, completa.

    O povo Xavante acredita que seu papel é proteger o céu, as águas e a floresta, a partir de raízes profundas, sabedoria antiga e coragem jovem. “Queremos uma aldeia sem fome, sem dor. Uma aldeia onde a criança possa brincar em segurança, onde a mulher tenha voz, onde o jovem tenha orgulho de ser xavante. Onde a floresta esteja em pé e o céu continue seguro”, finalizou Betânia.

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