A organização Estimativa finaliza a sua série audiovisual Re-visão, projeto apoiado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos. A série, elaborada por Jana Guinond, roteirista e gestora da organização, reúne quatro vídeos de cinco minutos.
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Os vídeos abordam o tema do racismo institucional em quatro situações cotidianas, ambientadas numa escola, numa creche, numa agência de empregos e numa outra de publicidade que, segundo Jana, são onde estão os formadores de opinião. “São nesses lugares onde se constróem os ‘pensamentos’ da sociedade”, diz. As histórias retratam acontecimentos triviais, mas ao mesmo tempo graves, onde o racismo institucional se revela de forma sutil.
Os filmes tem o objetivo de levar o público à reflexão sobre atos racistas que, geralmente, passam despercebidos e são encarados como naturais. No Brasil, o racismo ainda é velado, diferente daquele que existe na sociedade norte-americana que é mais explícito. Não raro, nega-se que haja qualquer tipo de racismo brasileiro, uma vez que o mito da democracia racial fundamenta a tese equivocada de que não existe discriminação. Jana conta que, muitas vezes, há uma inversão do discurso: “Dizem que nós (os afrodescendentes) somos os racistas, porque o racismo no Brasil não existe e que, mesmo assim, a gente quer falar sobre isso”.
“Vivemos numa sociedade racista, mas ninguém assume ser racista”. Para ela, o racismo sutil, escondido em jogos de palavras, em expressões prontas como “negro de alma branca” e em estereotipos como o de que negro tem cabelo “ruim”, é forte e eficaz. “O tempo todo, as palavras são dúbias, (o racismo) fica sempre num nível intermediário e, por isso, há a impossibilidade de agir”.
A roteirista ainda ressalta o fato de a série ter sido criada por mulheres e isso ter feito com que os vídeos tenham sido feitos sob um olhar e uma abordagem feminina sobre o assunto.
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Saiba mais sobre o projeto Re-visão Cinemina, apoiado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos, que trata da discirminação e do racismo instituticional. (Projeto Re-visão Cinemina)
