Desde o início das fortes chuvas que resultaram em calamidade no Rio Grande do Sul, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e organizações parceiras reuniram sua militância para ajudar e socorrer as pessoas afetadas. Em Porto Alegre e em outros municípios dos vales dos rios Jacuí e Taquari, o MAB instalou cozinhas solidárias para preparar refeições para as pessoas desalojadas ou isoladas pelas águas.
Nesta terça-feira, 7 de maio, o Fundo Brasil de Direitos Humanos se une ao MAB para arrecadar recursos para a continuidade da ação solidária.
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Alexania Rossato, da coordenação nacional do MAB, conta que só em Porto Alegre foram servidas até agora 7 mil refeições. São 4 cozinhas em funcionamento em 3 municípios, e o plano é chegar a 10 cozinhas.
“A prioridade no momento é comida e água”, disse Alexania. “Imagina um abrigo sem água? Tem bairros sendo esvaziados, tem gente perambulando pela cidade porque teve de sair de casa”, informou a liderança, que mora em Porto Alegre e está na linha de frente das ações de ajuda.
Vania Schoemberner, responsável pelas ações de captação de recursos do Fundo Brasil, informa que a equipe está empenhada para conseguir o máximo possível de doações. “Estamos colocando a nossa experiência a serviço dessa causa urgente. Todo mundo precisa doar agora, hoje, a situação é muito grave”, disse. O recurso arrecadado será integralmente destinado ao MAB para a continuidade do funcionamento das cozinhas.
Calamidade
Até segunda-feira, 6 de maio, as tempestades no Rio Grande do Sul deixaram 85 pessoas mortas, mais de 130 desaparecidas, mais de 330 feridas e 153,8 mil desalojadas. Ainda, 458 mil imóveis estão sem luz e 750 mil sem água – e sem previsão de retorno. Já falta combustível em vários pontos porque há estradas parcial ou totalmente bloqueadas.
“A gente não sabe o que vai ser o dia de amanhã. Depois da comida vem todo o resto, quando as famílias conseguem voltar para casa, limpar, precisam reestruturar suas vidas”. diz Alexania Rossato, do MAB. “É um dia de cada vez.”
Alexania lembra que a emergência atual é no Rio Grande do Sul, mas que ninguém está a salvo. “Todos somos atingidos de alguma forma pelas mudanças climáticas. Bairros de classe média de Porto Alegre não alagaram, mas estão sem água, as pessoas em pânico. A solidariedade é fundamental nesse momento, é o que oferece dignidade para as pessoas”, concluiu.