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Violência contra mulheres negras: a invisibilidade que mata

 No Brasil, as mulheres que mais sofreram violência em 2022 foram as mulheres negras, de baixa escolaridade e em idade reprodutiva, de acordo com uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Cerca de 45% das mulheres negras entrevistadas já relataram ter sofrido algum tipo de violência física ou agressão ao longo da vida, comparado com 36,9% entre mulheres brancas. 

Quando falamos de casos de violência física severa, como espancamentos, 6,3% das mulheres negras afirmaram ter vivenciado esse cenário e 6,2% já foram ameaçadas com arma de fogo ou faca.

No Brasil, todas as formas de violência contra as mulheres aumentaram em 2022, ano em que cerca de 50.962 mulheres foram violentadas diariamente. Isto significa um aumento de mulheres sendo vítimas de violência psicológica, física, sexual e diversas outras, quando comparado com 2021.

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De acordo com a pesquisa, chamada “Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil”, a ofensa verbal é o principal abuso relatado pelas mulheres entrevistadas em 2022. Insultos, humilhações e xingamentos foram relatados por 23,1% delas.

Por outro lado, a perseguição é o abuso que teve maior crescimento em 2022. A violência aumentou de 7,9% em 2021 para 13,5% em 2022, um crescimento de 5,6% de casos. Os casos de violência física, como chutes, empurrões e batidas ficaram em segundo lugar com um aumento de 5,3% entre 2021 e 2022.

As violências mais comuns e mais graves aconteceram dentro de casa (53,8%) e tiveram ex-companheiros (31,3%) ou companheiros (26,7%) como autores. Pela primeira vez, o ex-companheiro aparece como principal agressor. 

O que pode ser feito para diminuir?

A violência contra mulheres negras é mais uma evidência do machismo e do racismo estrutural que perpetua no Brasil. Entre as recomendações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, diante deste cenário, está a garantia de desenvolvimento de políticas públicas, mas também o apoio de projetos e programas que possam auxiliar o enfrentamento da violência contra meninas e mulheres.

A iniciativa Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência, apoiada pelo Fundo Brasil, atua desde 2008 na cidade de Campinas/SP com a missão de atender às mulheres negras que passam por situação de violência para direcionar as denúncias aos órgãos de atendimento, além de oferecer orientação jurídica e psicológica. O Fundo Brasil, por meio do edital “Seguir com Direitos”, fortaleceu a iniciativa Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência, garantindo apoio institucional.

Ao doar para o Fundo Brasil, você ajuda diversas outras iniciativas que combatem o racismo e machismo vivenciados por mulheres diariamente. 

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Referência

Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil – 4ª edição – 2023.

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